Brasília -  O sonho da estabilidade em emprego público, por meio de concurso, levará mais tempo para quem foi aprovado na esfera federal. O governo congelou 1.469 nomeações até que os três fundos de previdência complementar do funcionalismo sejam homologados. O prazo para que o novo sistema entre em vigor pode levar até 180 dias. A presidenta Dilma Rousseff tem até 15 dias para sancionar a proposta, aprovada quarta-feira pelo Senado.
Foto: Divulgação
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A suspensão das contratações foi anunciada ontem pelo ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho. O objetivo do governo, segundo ele, é segurar a posse dos novos funcionários para que sejam admitidos no Regime de Previdência Complementar do Servidor Público da União (Funpresp). Garibaldi afirmou que fará apelo para que a presidenta sancione o mais rapidamente possível a criação do fundo.
“Enquanto isso, ficam congeladas as nomeações. Temos que preservar a política que será adotada. Não podemos permitir que haja uma situação de dúvida”, afirmou.
VAGAS EM ÓRGÃOS
Segundo o Ministério do Planejamento, os candidatos que terão de esperar pela nomeação foram aprovados para os seguintes órgãos: Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Advocacia-Geral da União (AGU), Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade eTecnologia (Inmetro), Instituto Evandro Chagas(IEC), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ministério do Meio Ambiente, Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O Ministério do Planejamento informou, no entanto, que o ritmo das nomeações dos concursados não será alterado. As convocações terão como parâmetro a Lei Orçamentária em vigor e vai obedecer as prioridades da Administração Pública Federal.
Mudança traz incertezas sobre valor final do benefício
Representantes do funcionalismo público condenaram a aprovação do Funpresp. Para eles, a criação do novo fundo vai trazer prejuízos para a classe e, principalmente, incertezas quanto ao valor que será pago quando o servidor der entrada na aposentadoria.
“O governo rejeitou uma emenda na qual ele se responsabilizava caso o Funpresp falisse ou tivesse algum problema com o qual não pudesse arcar com a aposentadoria. Com isso, o servidor não tem garantias e também fica sem saber o valor que vai receber ao se aposentar”, afirma Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef, em entrevista à Agência Brasil.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a aprovação do novo fundo é positiva para as contas públicas: “Metade do déficit da Previdência hoje é causada pela aposentadoria do setor público. Com isso, nós estaremos resolvendo esse problema e dando mais solidez ao fundo de previdência dos funcionários”.