segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Manifestantes fizeram marcha no campus da UFSM

Fonte: http://www.sedufsm.org.br

05/10/2011


Protesto interrompeu por alguns instantes trânsito na ponte do campus

No dia nacional de luta contra o PLC 79/11, em apreciação no Senado Federal, que abre espaço para uma privatização gradativa dos Hospitais Universitários, a tarde foi de protesto na UFSM. Uma caminhada que envolveu dezenas de servidores técnico-administrativos da UFSM, da UFRGS, de estudantes, e de lideranças de outros sindicatos de Santa Maria, partiu da frente do prédio da reitoria por volta de 14h e se dirigiu até a frente do Hospital Universitário (HUSM).


Durante a marcha, que passou pelo Centro de Ciências Rurais, o trânsito sobre a ponte que corta o campus chegou a ser interrompido por alguns minutos para que panfletos pudessem ser distribuídos aos motoristas, através dos quais todos são conclamados a pressionar os senadores a votarem contra o projeto de lei.

Poucos minutos antes da caminhada partir, em sua chegada ao prédio da Administração Central, o reitor, professor Felipe Müller, foi instado a falar. O dirigente da UFSM ressaltou que reafirmava a sua posição, que é contrária ao projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebseth), desde que essa posição foi tirada por unanimidade em reunião do Conselho Universitário, quando o atual projeto atendia por MP (Medida Provisória) 520. Müller disse ser contrário à existência de servidores contratados fora do Regime Jurídico Único, formato trazido tanto pela MP como pelo PLC 79, que prevê contratações pela CLT.

No ato público em frente ao HUSM, diversas lideranças sindicais se manifestaram, sendo algumas vinculadas ao Sindicato da Alimentação e dos Telefônicos. A atividade contou com apoio de entidades como a SEDUFSM, Cpers Sindicato, ASSUFRGS, CUT Regional, Coletivo Barricadas Abrem caminhos, entre outras.

Em sua manifestação, Bernadete Menezes, da Assufrgs, lembrou que a privatização do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, citado como exemplo de modelo de gestão da Ebserh, começou aos poucos. “No início era 4 %, agora já está em 10%. Essa batalha não é de uma entidade só, mas sim, do povo do Rio Grande do Sul que mantém esse Hospital”, declarou a sindicalista.


A atividade foi ameaçada pela presença de dois policiais da Brigada Militar que disseram ter recebido uma denúncia, vinda de uma pessoa que estava dentro do HUSM, de que os manifestantes estariam “bagunçando e causando transtornos em frente ao Hospital”. Os sindicalistas conversaram com os policiais reiterando que o ato era pacífico e que de forma alguma estariam trazendo danos à UFSM.

Um dos coordenadores gerais da Assufsm, Eloiz Guimarães Cristino frisou que a entidade já foi cerceada em diversas atividades, mas garantiu que a categoria não se intimidaria e não sairia da frente do Hospital sem finalizar o ato. A coordenadora geral da Assufsm, Loiva Chansis destacou que compreendia que os policiais estavam ali para cumprir com sua tarefa, mas rechaçou a atitude repressiva. “Estamos lutando pela saúde. Daqui não sairemos até darmos o nosso recado e o abraço a esse hospital, mesmo que tenhamos que apanhar da brigada”, indignou-se Loiva.


Os manifestantes finalizaram a atividade promovendo um abraço ao HUSM como um ato simbólico de proteção à saúde pública. Eles também convidaram os policiais presentes, bem como a pessoa que fez a denúncia, para que se somassem a atividade. Alguns pacientes e servidores do HUSM acompanharam o ato das janelas do prédio, aplaudindo a atitude dos manifestantes.

O PLC 79/11, que cria a Ebserh, tramita no Senado Federal depois de ter sido aprovado pela Câmara dos Deputados no mês de setembro. Como o projeto tramita em regime de urgência, ele deve ser votado até o mês de novembro. A principal alegação contra o projeto, que no início do ano era identificado como MP 520, é de que ele rompe o preceito constitucional da autonomia universitária, possibilitando a parceria dos hospitais universitários com entes privados, o que significará o fim do atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que atualmente é garantido pela legislação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário