terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Orçamento: sem acordo, votações são transferidas para esta quarta

Fonte: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/ADMINISTRACAO-PUBLICA/207271-ORCAMENTO:-SEM-ACORDO,-VOTACOES-SAO-TRANSFERIDAS-PARA-ESTA-QUARTA.html

Oposição quer mais recursos para a Lei Kandir e defende também reajuste para servidores do Judiciário e do Ministério Público da União, além de aumento maior para aposentados.

Leonardo Prado
Reunião Deliberativa Extraordinária - dep. Cláudio Cajado (DEM-BA)
Claudio Cajado (E) pediu o adiamento para negociação de diversos pontos da proposta orçamentária.

Parlamentares da base aliada e da oposição ainda não têm acordo para votar a proposta orçamentária de 2012. Nesta terça-feira, o Congresso foi palco de diversas reuniões reservadas com o objetivo de fechar posições. Mesmo assim, não foi possível avançar em pontos do parecer final apresentado na semana passada pelo relator-geral, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Sem consenso, o líder do DEM no colegiado, deputado Claudio Cajado (BA), pediu o adiamento da votação na Comissão Mista de Orçamento para esta quarta-feira (21), decisão que foi acompanhada pelos demais parlamentares. Na pauta de amanhã, além do parecer final do Orçamento, está o relatório sobre as obras com indícios de irregularidades graves que ficarão proibidas de receber recursos novos no próximo ano. A reunião foi marcada para as 14 horas.

Pontos de discussão
A oposição colocou para o governo uma lista de questões para discussão. Entre elas estão a ampliação dos recursos da Lei Kandir – Chinaglia reservou R$ 3,4 bilhões, mas a oposição quer pelo menos mais R$ 500 milhões, chegando ao valor dos últimos dois anos – e o aumento da dotação para o seguro rural.

O PSDB e o DEM também pressionam o Executivo para conceder reajustes aos servidores do Judiciário e do Ministério Público da União (MPU), e para os aposentados do INSS que ganham acima de um salário mínimo. No primeiro caso (servidores), o parecer final não reservou nenhuma dotação adicional. No segundo, só está garantida a reposição pela inflação (6,3%), mas os aposentados querem um aumento real. Os dois partidos deverão apresentar destaques para a inclusão dos reajustes no parecer.

Leonardo Prado
Reunião Deliberativa Extraordinária - manifestantes do Poder Judiciário e do Ministério Público da União gritam palavras de ordem em favor do aumento para os servidores desses órgãos, que não está previsto no parecer final
Manifestantes pediram reajuste para os servidores do Judiciário e do Ministério Público da União.

O reajuste para os servidores é o tema mais complexo. Na breve reunião desta terça, os parlamentares tiveram uma mostra do que pode ser o clima da discussão do parecer final: servidores do Judiciário e do MPU tumultuaram o encontro gritando palavras de ordem.

Obras suspeitas
O DEM também não concorda com a votação do relatório das obras com suspeita de irregularidades. O partido quer que o relator, deputado Weliton Prado (PT-MG), inclua a obra da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, na lista. O Tribunal de Contas da União (TCU) alega que houve sobrepreço em quatro contratos do empreendimento. No momento, o tribunal está analisando a defesa da estatal, e o processo de paralisação foi sobrestado.

Uma saída política sugerida na semana passada pelo deputado João Dado (PDT-SP) é obrigar a Petrobras a dar uma garantia financeira no valor do sobrepreço apurado (R$ 1,32 bilhão). O problema é que uma operação como essa teria um alto custo financeiro para a estatal. Até amanhã os líderes devem negociar uma saída para esse impasse.

Outro ponto de discordância é a possiblidade de o Executivo remanejar livremente até 30% da dotação total do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A permissão está no texto do projeto de lei encaminhado pelo Executivo e foi mantida pelo relator-geral. Em termos nominais, o governo poderia remanejar R$ 12,8 bilhões, sem necessidade de autorização do Congresso.

Emendas
Nesta terça, dentro do esforço de facilitar a aprovação da proposta orçamentária, o governo reabriu o sistema para o empenho de emendas individuais e ampliou o limite de empenhamento, que será divulgado amanhã no Diário Oficial da União.

Apesar dos problemas, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se disse otimista quanto ao fechamento de um acordo. “Em termos de reação [do governo], o Orçamento está bem encaminhado”, disse ele, referindo-se às iniciativas tomadas pelo Executivo para votar a proposta, como a liberação de emendas.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Marcos Rossi

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