MANAUS - Professores da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam) aprovaram indicativo de greve para o dia 15 de maio. A
decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (19), em Assembleia Geral
(AG), na sede da Associação dos Docentes da Ufam (Adua) e segue
proposta de data indicada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), para todas as universidades
federais do país.
Durante a AG, os docentes decidiram ainda pela formação de um Comando
Local de Mobilização, com intuito de sensibilizar professores de todas
as unidades acadêmicas da Ufam sobre as reivindicações da categoria
junto ao governo, entre elas a constituição de uma carreira única. “A
luta pela reestruturação da carreira é o carro chefe que definirá se
entraremos em greve ou não, pois é nossa reivindicação básica. Para o
governo, não há carreira única”, afirmou o presidente da Adua, Antônio
Neto.
Neto lembrou a proposta apresentada e aprovada no 31º Congresso do
Andes-SN, realizado em Manaus, no mês de janeiro. “A proposta dá conta
de uma só classe dividida em 13 níveis e ela gera níveis salariais
compatíveis ao que acreditamos ser justo”, resumiu. O presidente da Adua
também frisou que o processo de mobilização que poderá levar a uma
greve em maio é parte de um plano maior que se desenrola desde que os
representantes docentes iniciaram a negociação junto ao Ministério do
Planejamento em 2011.
Os participantes da AG ainda fizeram questão de sustentar o
posicionamento pelo indicativo de greve. “Sem organização de luta,
acabaremos ludibriados pelo governo”, disse o professor Aloysio
Nogueira. “Estamos em um momento de vida extremamente administrada, que
tem a ver com o produtivismo dentro da universidade. O resultado disso é
o adoecimento docente e os casos de assédio moral. Isso nos faz pensar
se queremos mesmo nos prender a essa malha administrativa ou se vamos
nos unir ao sindicato e lutar contra a perda de direitos”, destacou o
professor Luis Fernando Santos.
Para o professor Antonio José Vale da Costa, é necessário ampliar o
debate sobre o assunto à população. “Precisamos também nos ordenar para
que as pautas discutidas aqui circulem nos meios de comunicação e, por
conseguinte, para toda a sociedade”, afirmou.
Com a greve, os docentes esperam ganhar apoio da população sobre os
investimentos em educação. O vice-presidente da Regional Norte I do
Andes-SN, professor Jacob Paiva, expôs a necessidade de fortalecer a
luta pela aplicação imediata dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para
a Educação Pública.
Mobilização
Ao final da AG, vários professores se apresentaram voluntariamente
para fazer parte do Comitê de Mobilização, que organizará as ações
previstas para a paralisação nacional dos servidores públicos,
programada para o dia 25 de abril, e também para o indicativo de greve.
Ao todo, 12 docentes farão parte desse grupo, que se reunirá nesta
sexta-feira, na sede da Adua, para intensificar o processo de
mobilização.
No último dia 13, professores do Instituto de Ciências Humanas e
Letras (ICHL), Faculdade de Educação (Faced) e Faculdade de Estudos
Sociais (FES) iniciaram a etapa de assembleias setoriais, com o intuito
de chamar a atenção da comunidade acadêmica para a necessidade de lutar
por melhorias na infraestrutura da Ufam e nas condições de trabalho.
Falta de espaço físico adequado, escassez no acervo das bibliotecas e
carência de equipamentos para as aulas, além do déficit de recursos
humanos na instituição foram alguns dos problemas citados.
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