segunda-feira, 9 de julho de 2012

MESMO COM CHUVA, SANTA MARIA MARCHA PELA EDUCAÇÃO


Manifestação denunciou privatização e precarização do ensino

Publicada em 07/07/2012 17h14m
Atualizada em 07/07/2012 18h47m

Professor Humberto Zanatta fala em nome da SEDUFSM
Debaixo de guarda-chuvas, vestindo capas ou, até mesmo, sem proteção alguma, trabalhadores da educação, estudantes e movimentos sociais percorreram algumas das ruas mais movimentadas da cidade de Santa Maria, RS, na última sexta-feira, 6. O que uniu, de forma tão coesa tantos segmentos diferentes da sociedade foi a defesa da educação pública, com melhorias de investimento e referência social para o setor. A Marcha pela Educação Pública, que teve início às 15h30, da frente da Biblioteca Municipal, e acabou por volta das 17h30, na Praça Saldanha Marinho, com certeza pode ser considerada um marco na história de Santa Maria.
Durante o percurso da marcha foram feitas três paradas (8ª Coordenadoria Regional de Educação, Antiga Reitoria da UFSM e gabinete do prefeito Cezar Schirmer). Nessas paradas, várias entidades realizaram falas, sendo a sua grande maioria de denúncia à precarização e privatização da educação, ao quadro de greve nas universidades federais e às pautas específicas de cada categoria. Em um desses momentos, em frente ao prédio da antiga reitoria, Humberto Gabi Zanatta, secretário-geral da SEDUFSM, ressaltou a importância de termos investimento em educação e o reflexo desse na independência e valorização do país. Na mesma ocasião, Alcir Martins, coordenador de comunicação sindical da ASSUFSM, disse que a luta dos que defendem a educação é travada contra o governo federal e contra a opressão, simbolizada naquele prédio, antiga sede da administração da UFSM. Tal opressão, segundo Alcir, está ligada principalmente à precarização das condições de trabalho dos docentes e técnico-administrativos em educação (TAEs).
A permanência estudantil nas escolas e universidades também foi bastante pontuada, principalmente na fala dos representantes do Diretório Central dos Estudantes e dos coletivos Voe e Afronta. Conforme defenderam os coletivos, as políticas públicas para o setor não devem apenas visualizar as possibilidades de ingresso nos diferentes níveis da educação, e sim oferecer condições para que os jovens possam completar os estudos.
O grito norteador da marcha, que tornou o movimento uníssono, foi “Educação de Qualidade”, complementados por alguns outros cantos que preencheram as ruas pelas quais a marcha passava. Faixas observadas ao longo da manifestação faziam referência a pautas específicas das categorias presentes. Em uma delas, contudo, podia se ler as cinco reivindicações que tornaram a marcha possível, uma vez que unificaram as 16 entidades que participaram de sua organização. São essas as reivindicações: 10% do PIB para a Educação Pública Já; Acesso e permanência para todos os brasileiros, em todos os níveis da educação pública; Valorização dos trabalhadores da educação; Educação como direito, não como mercadoria: contra as privatizações; Educação voltada para as necessidades do povo, não para o mercado.
Unidade entre setores
Conforme foi debatido nas diversas reuniões de organização da atividade, a proposta inicial da Marcha foi alcançada, unindo setores representantes de todos os níveis da educação, que compareceram à manifestação e deram voz às suas reivindicações. Os sindicatos que representam os professores estaduais (Cpers) e municipais (Sinprosm) salientaram a necessidade de pagamento e cumprimento da Lei Nacional do Piso para as categorias. A Central Sindical e Popular CSP-Conlutas, também esteve presente, representada por Alda Olivier que denunciou o desvio de 50% do orçamento da União para pagamento da dívida externa. “A culpa não é dos trabalhadores, os culpados estão em Brasília. Vamos juntos derrubar esses governos que massacram a classe trabalhadora”, disse a dirigente.
Ao final da marcha, ressaltando que o objetivo foi alcançado, Alcir Martins reforçou que a ideia era justamente possibilitar uma convergência entre os setores de esquerda em torno de outro projeto de educação, que faça contraposição à privatização e caminhe na construção do socialismo. “Queremos que esse espaço de convergência discuta o compromisso do Estado e dos governos frente à educação e, além disso, que seja propositivo no sentido de novas ações conjuntas”, disse o TAE da UFSM.
As entidades que estiveram na construção da marcha são: Seção Sindical dos Docentes da UFSM (SEDUFSM); Associação dos Servidores Técnico-administrativos da UFSM (ASSUFSM); Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul - Sindicato (CPERS-Sindicato); Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (SINPROSM); Sindicatos dos Servidores Públicos Federais/RS (SINDISERF/RS); Diretório Central dos Estudantes (DCE) – UFSM; Diretório Central dos Estudantes (DCE) - UNIFRA; Coletivo AFRONTA; Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE); Central Única dos Trabalhadores (CUT); CSP-CONLUTAS – Central Sindical e Popular; PRÁXIS – Coletivo de Educação Popular; Coletivo de Resistência Artística Periférica (CO-RAP); Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM); Coletivo Voe e Rede de Educação Cidadã (RECID), além dos comandos de greve estudantil, docente e técnico-administrativo da UFSM.
Texto: Bruna Homrich (estagiária)
Edição e foto: Rafael Balbueno (SEDUFSM)
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM


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