quinta-feira, 31 de maio de 2012

Estudantes de Medicina da UFPR entram em greve pela primeira vez na história

Fonte: http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/node/11459

Remuneração aos estágios e empréstimo gratuito de equipamentos estão entre as reivindicações dos alunos
Reportagem Victor Parolin
Edição Felipe Ribeiro
Victor Parolin
Debaixo de chuva, os estudantes se reuniram em frente ao Hospital das Clínicas.
Debaixo de chuva, os estudantes se reuniram em frente ao Hospital das Clínicas.

Em aula pública, os alunos de Medicina da UFPR esclareceram os pontos da greve.
Em aula pública, os alunos de Medicina da UFPR esclareceram os pontos da greve.
Os estudantes de Medicina da UFPR deflagraram greve nesta quinta-feira (23). A decisão foi tomada em assembleia geral do curso realizada no Hospital das Clínicas, em Curitiba. Dos cerca de 150 estudantes presentes, apenas cinco foram contrários à paralisação. Esta é a primeira vez nos 100 anos da Universidade, que os estudantes do curso entram em greve estudantil.
Entre as reivindicações, está a remuneração do estágio da medicina: o internato. Segundo Luiz Guilherme de Souza, membro do Diretório Acadêmico Nilo Cairo (DANC), Medicina é o único curso com estágio não remunerado da Universidade. A reinvindicação pede o equivalente a um salário mínimo como bolsa auxílio. “A valorização do médico começa na graduação”, afirmou.
Outra demanda dos estudantes é a disponibilidade de empréstimo gratuito de equipamentos como estetoscópio e medidores de pressão. Hoje, os alunos precisam comprar esses materiais. Um estetoscópio pode custar mais de mil reais.
A reabertura do campo de estágio do Centro Municipal de Urgência Médica (Cmum) do Boa Vista, com pronto atendimento 24 horas, é outra reivindicação dos grevistas. “É lá que nós, alunos, poderíamos tratar casos clínicos com mais proximidade do cotidiano”, comenta de Souza.
Além de serem solidários à greve dos professores, os alunos também apoiam as paralisações dos médicos das unidades federais, como os hospitais universitários. O que causou a mobilização destes profissionais foi a Medida Provisória 586/12, que prevê, entre outras, a redução de 50% no salário. “Isso traz implicações diretas no nosso ensino”, afirma Rafael de Paula, estudante de Medicina.

Mobilização

Essa é a primeira vez na história da universidade que os alunos de Medicina entram em greve. O curso não aderiu à paralisação estudantil do ano passado.
Segundo Rodrigo Mandryk, do DANC, apesar da adesão maciça dos estudantes à causa, ainda existem alunos com medo de se ausentarem da sala de aula. “Uma das pautas da nossa greve é exatamente a não retaliação aos estudantes”, afirma.
A duração da greve ainda é indeterminada. “A gente não sai da greve enquanto eles não falarem que não vão punir os estudantes”, afirma de Souza.
Na tarde desta quinta-feira, os estudantes participaram de uma aula pública para organizar o período de paralisação e contou com uma grande participação dos estudantes.

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