E Tenho Dito!!! By Rolando

Se ele, um dos diretores da Fasubra disse....

A montanha, o rato e a proposta.

"Estamos diante de um governo com altos índices de aprovação popular e mesmo que a maioria do funcionalismo público tenha votado neste governo com a esperança de mudanças, estas não vieram." Ninguém merece ler esta afirmativa.

Companheiros (as), a greve acabou!

Não temos mais como continuar em greve, acabou a UNIDADE e sem UNIDADE sofreremos uma derrota ainda maior nesta greve.

Então, se eu posso pedir algo a todos vocês, eu peço para que acabem de vez com esta greve nas assembleias dos dias 20 e 21, pois sem unidade não temos mais como seguir em frente e só nos resta acatar o pensamento majoritário (TRIBO, RESSIGNIFICAR-CSD, CSP-CONTLUTAS-PSTU, CTB-PC do B, MES e VAMOS A LUTA), pegando o que bom patrão esta nos dando para depois fazermos os devidos balanços e julgamentos, isto me inclui também para ônus e bônus.

Outra coisa, como é engraçada a vida? Os mesmos jornais que não nos davam a menor moral no começo da greve, agora, os mesmo jornais abrem todos os espaços para decretarmos via lideranças de ambos os lados o final da greve. Este tipo de coisa nunca tinha acontecido nos 34 anos de vida da FASUBRA.

Fizemos a maior greve da década, isto é fato!

As bases lutaram com força, lutaram com honra e lutaram com extrema coragem, transformando toda a luta numa grande montanha, para no final, transformarem por ela (base), tudo num rato, ou seja, a montanha pariu um rato para as bases.

Primeiramente, temos que limpar o meio de campo, vejamos:

1 – Temos que dizer claramente que o governo ofereceu 15,80% para todo mundo em três anos, independe do tamanho da greve ou até se estava ou não em greve, então, menos ufanismo é bom.

2 - Com relação a poder fazer greve, podemos sim! Óbvio que seremos judicializados, voltaremos todos com o rabo entre as pernas para o trabalho, uma vez que estaremos quebrando um acordo assinado, basta fazer uma pesquisa no google e irão ver uma enorme gama de exemplos neste.

Portanto, citar o exemplo do ANDES é minimamente desconhecer a realidade, ou querer esconder a realidade, uma vez que o governo descumpriu o acordo assinado com o ANDES em 2011 e quando o ANDES entrou em greve o governo editou a MP 568, mas Inês era morta, e o governo que de bobo não tem nada, não judicializou para não ser desmoralizado pelo judiciário (STJ) como foi em 2010 quando da greve dos funcionários do Ministério do Trabalhado, entre tantos outros exemplos quando uma das partes quebra um acordo.

3 - Por que no IG que acabou de descer para as bases não falamos claramente sobre as perdas que teremos até 2015? Elas irão variar de 14,04% (p 01) até 2,81% (p 49), isto se as previsões inflacionárias (oficiais) não irem para o quinto dos infernos com a crise mundial, pois, estamos nos baseando nas previsões oficiais.

Todavia, dirão, você prefere então perder 29,80% (previsão 2010-2015)? Eu digo! Prefiro lutar até o ultimo momento possível, pois esta greve começou a ser desmontada quando abortamos marcha e o acampamento na semana de 13 a 17 de agosto para não incomodar, a verdade é esta. Então, se é para não incomodar e se é para aceitar todos os termos do patrão, não precisamos de sindicato.

4 - STEP de 3,7% e 3,8% foi legal e esperamos que o governo não desconte o VBC em cima do STEP, pois o acordo de 2007 não ficou claro se aquele acordo era ou não pontual. Portanto, temos que no acordo escrever algo que de fato nos garanta contra isto, pois se o governo fizer isto, podemos afirmar que a montanha não pariu um rato e sim uma ratoeira.

Acredito que este acordo não será descumprido pelo governo, até porque este acordo é fraquinho demais para ser descumprido e é o acordo oferecido pelo governo ao movimento, para que o movimento garanta o sono tranquilo do governo até depois das olimpíadas em 2016. Lembro, que já esta pronto um instrumento legal, altamente ditatorial proibindo greve na copa e nas olimpíadas.

O que ainda salvou a montanha do rato malvado foi o anexo III e o anexo IV. Aliás, o anexo IV poderia ter avançado um pouco mais no tocante a mestrado e doutorado, além de dar uma melhorada nos percentuais das correlações indireta. Todavia, o anexo IV avançou e democratizou o direito de todos a qualificação e afastou por hora o fantasma do valor fixo no IQ.

Porém, temos que entender que o numero de beneficiados no anexo IV será significativo a médio e longo prazo, uma vez que sabemos que as bolsas de incentivo (financiamento CAPES e etc) são sempre canalizadas para os docentes, isto sem falar da idade já avançada da maioria das pessoas, mas, concordo que os mais jovens terão mais tempo e com sorte conseguem se qualificar no futuro e aqueles já possuem, podem se beneficiar agora.

No tocante a racionalização e ao reposicionamento dos aposentados, espero de coração que não tenham entregado tudo na conta de Cristo.

É bom frisar que o governo não esta propondo corrigir ou dar nada no acordo, ele apenas disse que vai debater e dar resolutividade em X dias e que Deus nos ajude, pois se a tal resolutividade for uma banana, não será quebra de acordo e a vida vai ser mais dura do que já é para aqueles que sonhavam com a racionalização e o reposicionamento dos aposentados.

Sei que eu sou minoria esmagadora neste debate, poderia estar junto com a maioria, calando-me e arrotando uma “grande vitória” como um bom arregão, mas, não me calo não.

Eu não tenho rabo preso e obediência só com a minha consciência e com as bases. Portanto, depois da decisão do dia 24/08, eu acato e a vida segue com os devidos balanços, pois cabresto sinto muito, penso, logo existo e jamais irei abrir mão do direito ao judice esperniandi, pois isto é democracia.

Respeito quem pensa diferente e espero também ser respeitado no meu pensamento.

Notas de esclarecimentos:

1 - A questão da insalubridade e dos salários dos médicos não foi conquista da greve, na verdade, foi uma conquista de todos os profissionais da área da saúde e da área da saúde-educação, apoiados pelas entidades sindicais, incluindo a FASUBRA de forma brilhante e, a greve foi quem capitalizou em cima deste movimento no meu entendimento, pois conseguimos em anos colocar a maioria dos médicos em greve efetiva.

2 - As dificuldades que dois novos dirigentes da Fasubra estão tendo em suas bases através de chefias reacionárias são reais e estão impondo aos mesmos, corte de ponto e corte no salário. Mas, são anteriores à greve, portanto, este argumento apelativo baseado no terror ao corte de ponto que foi citando como exemplos não valem.

Rolando Rubens Malvásio Júnior
Antes de tudo um TAE que tem CPF e RG próprio.