quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Moção de Apoio à Greve nas IFES

Fonte: http://barricadas.org/2011/08/10/mocao-de-apoio-a-greve-nas-ifes/

Desde o início de junho, os servidores técnico-administrativos em educação estão em greve nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), e, a partir do início de agosto, foi deliberada a construção de greve dos docentes. Nós, do Coletivo Barricadas Abrem Caminhos, viemos por meio desta Moção demonstrar nosso apoio às mobilizações e reivindicações da categoria dos servidores públicos federais.

A educação é, historicamente, tratada com descaso pelo poder público. A verba que é atualmente destinada para o setor corresponde a apenas 4,6% do PIB. No início do ano, o governo Dilma, ao realizar um corte de 50 bilhões nos gastos com políticas públicas, atingiu diretamente os setores sociais. Desse montante, 3,6 bilhões foram retirados da educação, reduzindo ainda mais os investimentos nessa área, precarizando ainda mais as condições de ensino.

Além disso, as negociações entre o governo e os servidores federais se arrastam desde a última greve, em 2007. Desde então, o governo federal adia reuniões e descumpre prazos. Compreendemos que a greve, por mais que altere o dia-a-dia nas Universidades, é uma forma legítima de pressão para que as reivindicações sejam ouvidas. Nesse sentido, repudiamos a ação do STF que, sob um discurso de “regulamentação de serviços essenciais” vem no sentido de atacar e limitar o direito de greve, ao determinar que 50% dos servidores das IFES voltem ao trabalho.

Nós, estudantes, devemos defender e lutar por uma formação com qualidade, defender que os conhecimentos adquiridos na Universidade sejam compartilhados com aqueles que não têm a oportunidade de inserção na mesma. E, para isso, necessitamos da valorização dos servidores técnico-administrativos e servidores docentes.

É importante que os estudantes insiram-se nessa luta travada dia-a-dia pelos servidores, que sejamos igualmente protagonistas na defesa da qualidade do ensino, levantando bandeiras como a dos 10% do PIB destinado à educação pública, entendendo o financiamento público enquanto condição necessária para a autonomia universitária, com vistas à produção de um conhecimento crítico e de qualidade.

Diante desse cenário, entendemos que ser a favor da greve é se posicionar contra a atual Reforma Universitária, que sucateia nossas universidades e precariza e privatiza o ensino superior. Nos posicionamos contra o PLP 549/09 (que congela por 10 anos o salário dos servidores federais), o PL 1749/2011 (que privatiza os Hospitais Universitários Federais) e o REUNI, que cria cursos novos e amplia as vagas nas universidades federais, porém não prevê a contratação proporcional de professores, não destina verba suficiente às universidades e não investe em infra-estrutura para dar conta das novas demandas impostas pelo governo federal. Por isso lutamos e nos colocamos lado a lado com a greve, defendendo uma Educação pública, gratuita, socialmente referenciada e de qualidade para todos e todas!

Estudantes e Servidores Unidos, lutando em defesa da Educação Pública!


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